Fonte: JC OnLine
SÃO JOSÉ DA COROA GRANDE
Peixe raro e com 1,6 metro capturado no Litoral Sul
Publicado em 20.09.2006
Peixe-lua, que habita áreas com profundidade superior a 600 metros, ficou preso na rede de um pescador. População da cidade parou para ver o animal bizarro
A rede de pesca de Amaro Tenório de Lima, 64 anos, foi pequena para o peixe-lua de 78 quilos e 1,6 metro de comprimento que capturou em São José da Coroa Grande, a 123 quilômetros do Recife, no Litoral Sul do Estado. A espécie, que habita profundidades superiores a 600 metros, é tão grande quanto rara. “Tive medo. Era um bicho muito feio, mas queria levar para casa de todo jeito. Então puxei com força”, conta o pescador. O bizarro animal, com corpo redondo e achatado, enredou-se na tarrafa de Amaro a apenas 1,5 metro de profundidade, sexta-feira passada. Até ontem, não se falava em outra coisa no município, de 13.971 habitantes.
Amaro estava no mar com mais dois pescadores – um deles seu filho – desde as 9h. Por volta das 14h, depois de capturar um punhado de saúnas, decidiu voltar para casa. Foi quando percebeu que algo grande tinha se emalhado. “Pedi para o meu pai deixar para lá. Ele insistiu”, recorda Amaro Tenório de Lima Júnior, 28. O enteado dele, Valnencir da Silva Ferreira, 18, ajudou a arrastar até a praia o peixe-lua. Foi preciso um buggy para transportar o animal até a casa do irmão de Amaro, José Carlos Tenório Cavalcanti, 49, no Loteamento Costa do Sol, onde está conservado num freezer. “Não pára de chegar gente. No fim de semana então foi uma romaria”, diz o pescador, que decidiu colocar o freezer no terraço da casa, para facilitar a observação do animal.
Ainda esta semana, o peixe-lua deverá ser doado pelos pescadores para o Museu do Una, em Várzea do Una, distrito de São José. O dono do museu, Bertrando Bernardino, pretende empalhar o animal e colocá-lo em exposição. Assim, justifica, os moradores e visitantes de São José poderão sempre observá-lo.
Embora raro, o peixe-lua não consta nas listas de espécies ameaçadas de extinção do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveies (Ibama) e da União Internacional para a conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).













