Pesquisadores descobrem novo peixe no NE
ONG destaca importância do conhecimento da biodiversidade marinha do País para conservação
Por: Gustavo Simon
Publicado em: 12/3/2007
Foto: Rodrigo Moura/CI Brasil
Uma dupla de pesquisadores da ONG Conservação Internacional anunciou no último final de semana a descoberta de uma nova espécie de peixe, endêmica do Nordeste brasileiro. A notícia está em artigo publicado na revista científica Zootaxa.
O peixe já era bastante conhecido pelos pescadores locais, especialmente pela semelhança com a caranha e o vermelho. Entretanto, quando descrito entre a comunidade científica, era erroneamente apontado como uma espécie que habita os mares da América Central, conhecida por snapper.
Rodrigo Moura e o norte-americano Kenyon Linderman observaram e pesquisaram sobre a espécie desde 2003, vasculhando museus e catálogos internacionais, até concluírem que se tratava de um animal cientificamente desconhecido.
A descoberta faz parte do programa "Ciência para o Manejo de Áreas Marinhas Protegidas", o MMAS na sigla em inglês, da CI. O objetivo do estudo é descobrir como unidades de conservação podem ser planejadas e administradas para contribuir com a conservação da biodiversidade marinha.
A espécie - Em relação aos snappers, o novo peixe brasileiro apresenta um padrão de distribuição de escamas diferenciado. Bem como sua coloração, marcada por seis barras brancas, estreitas e verticais, inexistentes na espécie caribenha.
O peixinho, pertencente à família dos lutjanídeos, é conhecido popularmente como bauna, carapitanga ou mesmo caranha; cientificamente, ele foi batizado de Lutjanus alexandrei, em homenagem a um naturalista brasileiro do século XVIII, Alexandre Rodrigues Ferreira.
Morto em 1815, Ferreira recolheu e catalogou inúmeras espécies endêmicas do Brasil, arquivadas no Museu da Ajuda, sediado em Lisboa. Quando o imperador francês Napoleão invadiu a Península Ibérica, em 1808, o museu e seu acervo foram confiscados e, mais tarde, recatalogados - sem nenhum crédito ao brasileiro ou a qualquer outro pesquisador. Foto: Rodrigo Moura/CI Brasil
O L. alexandrei, que pode atingir até meio metro de comprimento, ocorre na costa nordestina do País, sendo encontrado desde o Maranhão até o sul da Bahia.
De hábitos predominantemente noturnos, ele passa as fases iniciais da vida em manguezais, onde consegue proteção e alimentos em abundância. Adulto, migra para os oceanos, habitando principalmente áreas de recifes de corais e águas profundas.
Importância - A Conservação Internacional ressaltou justamente os hábitos desta nova espécie como destaque científico para sua descoberta.
Isso porque o estudo endossa, principalmente, a importância da conexão entre os ambientes de manguezais e recifes, o que, na visão da ONG, evidencia a necessidade da elaboração de políticas de conservação para ecossistemas inter-relacionados.
Além disso, a organização apontou que a pesquisa indica outra necessidade, a de incentivo às pesquisas taxonômicas sobre peixes marinhos brasileiros.
Para a CI, muitas espécies recém-descobertas são importantes, tanto comercialmente quanto do ponto de vista da conservação da biodiversidade. Mas, muitas vezes, elas são confundidas e classificadas de forma errada.
A catalogação correta contribuiria para o conhecimento pleno de nossa biodiversidade e, conseqüentemente, para a confecção de estudos mais profundos sobre as ameaças sofridas pelo meio ambiente - em especial, o marinho.
ONG destaca importância do conhecimento da biodiversidade marinha do País para conservação
Por: Gustavo Simon
Publicado em: 12/3/2007
Foto: Rodrigo Moura/CI Brasil
Uma dupla de pesquisadores da ONG Conservação Internacional anunciou no último final de semana a descoberta de uma nova espécie de peixe, endêmica do Nordeste brasileiro. A notícia está em artigo publicado na revista científica Zootaxa.
O peixe já era bastante conhecido pelos pescadores locais, especialmente pela semelhança com a caranha e o vermelho. Entretanto, quando descrito entre a comunidade científica, era erroneamente apontado como uma espécie que habita os mares da América Central, conhecida por snapper.
Rodrigo Moura e o norte-americano Kenyon Linderman observaram e pesquisaram sobre a espécie desde 2003, vasculhando museus e catálogos internacionais, até concluírem que se tratava de um animal cientificamente desconhecido.
A descoberta faz parte do programa "Ciência para o Manejo de Áreas Marinhas Protegidas", o MMAS na sigla em inglês, da CI. O objetivo do estudo é descobrir como unidades de conservação podem ser planejadas e administradas para contribuir com a conservação da biodiversidade marinha.
A espécie - Em relação aos snappers, o novo peixe brasileiro apresenta um padrão de distribuição de escamas diferenciado. Bem como sua coloração, marcada por seis barras brancas, estreitas e verticais, inexistentes na espécie caribenha.
O peixinho, pertencente à família dos lutjanídeos, é conhecido popularmente como bauna, carapitanga ou mesmo caranha; cientificamente, ele foi batizado de Lutjanus alexandrei, em homenagem a um naturalista brasileiro do século XVIII, Alexandre Rodrigues Ferreira.
Morto em 1815, Ferreira recolheu e catalogou inúmeras espécies endêmicas do Brasil, arquivadas no Museu da Ajuda, sediado em Lisboa. Quando o imperador francês Napoleão invadiu a Península Ibérica, em 1808, o museu e seu acervo foram confiscados e, mais tarde, recatalogados - sem nenhum crédito ao brasileiro ou a qualquer outro pesquisador. Foto: Rodrigo Moura/CI Brasil
O L. alexandrei, que pode atingir até meio metro de comprimento, ocorre na costa nordestina do País, sendo encontrado desde o Maranhão até o sul da Bahia.
De hábitos predominantemente noturnos, ele passa as fases iniciais da vida em manguezais, onde consegue proteção e alimentos em abundância. Adulto, migra para os oceanos, habitando principalmente áreas de recifes de corais e águas profundas.
Importância - A Conservação Internacional ressaltou justamente os hábitos desta nova espécie como destaque científico para sua descoberta.
Isso porque o estudo endossa, principalmente, a importância da conexão entre os ambientes de manguezais e recifes, o que, na visão da ONG, evidencia a necessidade da elaboração de políticas de conservação para ecossistemas inter-relacionados.
Além disso, a organização apontou que a pesquisa indica outra necessidade, a de incentivo às pesquisas taxonômicas sobre peixes marinhos brasileiros.
Para a CI, muitas espécies recém-descobertas são importantes, tanto comercialmente quanto do ponto de vista da conservação da biodiversidade. Mas, muitas vezes, elas são confundidas e classificadas de forma errada.
A catalogação correta contribuiria para o conhecimento pleno de nossa biodiversidade e, conseqüentemente, para a confecção de estudos mais profundos sobre as ameaças sofridas pelo meio ambiente - em especial, o marinho.







