Costumamos pescar no rio Parnaíba, geralmente são Piaus, Surubins e Bagres; mas estas são pescarias de espera com iscas naturais. Com as artificiais já havíamos capturado algumas Traíras, e até pequenos Tucunas no açude do Bezerro a poucos Km de Teresina/PI. Mas em nossos sonhos estavam os grandes Tucunarés. Encontramos relatos e reportagens em sites e revistas de pesca, nos dando conta de que no açude do Castanhão estavam os grandes Tucunarés do NE
Planejamos então uma viagem ao Castanhão no vizinho estado do CE. Após contatos com um guia local, barcos reservados e equipe de pesca formada (Edmar Filho, Fco Cavalcante, Kerlon e Marcos Queiroz), buscamos informações sobre qual o melhor trajeto de Teresina a Nova Jaguaribara. Pesquisa no google, conversa com amigos, mapas de rodovias que, efetivamente, não existiam (ainda no projeto), etc. Por fim decidimos qual trajeto seria percorrido, assim, como se diz “pusemos o pé na estrada”.
Logo que chegamos a cidade de Nova Jaguaribara fomos surpreendidos com as largas avenidas da pequena cidade projetada e construída pelo DNOCS (a antiga Jaguaribara ficou submersa pelo lago). Encontrados os guias, rumamos para o rancho do Xexéu, de onde saímos com os barcos.
No primeiro dia já tarde pescamos apenas nos arredores do rancho sem muita produtividade. Mas logo cedo na manhã seguinte, após um merecido descanso, na pousada “Os Maias” estávamos de volta ao lago.
Eu e Marcos ficamos em um barco com o guia Ricardo; kerlon e Edmar no outro com o guia Lúcio. Não demorou muito meu parceiro pegou o primeiro do dia não era “o grande” peixe mas os ataques constantes já nos animavam, eram pequenos Tucunarés-paca, não tardou muito e começamos a pegar uns amarelos com cerca de 1Kg. Não havíamos encontrado ainda os grandes Tucunas que nos atraíram para o Castanhão, restava saber se os companheiros do outro barco já haviam capturado o sonhado exemplar...
Por volta do meio-dia nos reunimos para o almoço que felizmente fora garantido pelos companheiros do outro barco, que haviam capturado exemplares de melhor porte (até 2kg) e reservado alguns para a bóia. O mais difícil foi achar uma sombra na caatinga. Após uma pequena pausa retomamos a pescaria. Umas “dentuças” também deram as caras, mas estávamos mesmo atrás de um belo Tucunaré. Foi quando fiz um bom arremesso com uma isca de meia água e houve um ataque porém sem sucesso, fiz mais dois ou três arremessos no local e desisti, porém o Marcos insistiu no local e foi premiado com um belo Tucuna que realizava nosso sonho, uns 6Kg e uma boa briga. Assim terminou mais um dia de pescaria e dentro do programado nos restaria apenas mais uma manhã pois retornaríamos para casa no dia seguinte. Confesso que estava um tanto desanimado, apesar da alegria com o sucesso de meu companheiro de barco.
Mais uma vez estávamos cedo da manhã de volta ao lago... Porém este não parecia ser o meu dia, O Marcos continuava com boas capturas e eu estava passando em branco, ele havia encontrado a isca certa para aqueles peixes (uma x- rap laranja). Por fim tentei uma birutinha verde limão de cabeça vermelha e... surpresa um dublê no momento que eu fisguei uma Traíra, Marcos pegou um Apaiari, foi muito legal. Contudo eu ainda sonhava com o grande Tucunaré... Começou a ventar e as marolas faziam o barco balançar, pensei por um instante: acabou, não seria desta vez que eu brigaria com o sonhado Tucuna. Mas brasileiro nunca desiste, coloquei uma isca maior para arremessar melhor por causa do vento e... EMOÇÃO... “o grande” peixe, sonhado, abocanhou minha isca no terceiro arremesso, que briga... que felicidade... um peixe com mais de 5Kg...
Agora ficou a vontade de ir em busca de um exemplar maior na Amazônia. Novos sonhos...
As fotos da pescaria estão reunidas no vídeo abaixo. A narrativa do que aconteceu no outro barco ficaram a cargo do Kerlon, que irá complementar este relato.
[video]http://img14.imageshack.us/img14/1539/1castanho.mp4[/video]















