Pescaria de Tarpons - I

[Saulo Nazion]

Rosinha, vc é o cara

[Tarpon (Roberto Menks)]

Saulo e amigos,

Nós pescamos camurupins há mais de 15 anos. Nesse período aprendemos admirá-lo e respeitá-lo como troféu de pesca esportiva e principalmente como espécime de inigualável espetáculo na luta limpa que proporciona em um embate quando na ponta da linha. Sua audácia, valentia e elegância nos saltos rende a qualquer pescador momentos memoráveis e inesquecíveis. A grande maioria de nós nordestinos, sabe disso.
Durante esse tempo, eu meus filhos Alessandro (hoje biólogo) e o Juba o caçula,fizemos juntos dezenas de pescarias em busca dos grandes tarpons na costa maranhense. O aprendizado serviu para dar-nos cada vez mais experiência e a experiência para despertar o interesse pelo seu comportamento e também a sua biologia. Cansamos de ficar seguindo cardumes em suas rotas, fazendo anotações de horários, marés, fase da lua, tipo de presa perseguida etc. Às vezes ficávamos vários dias sem nenhum ataque, contudo, não era um fato que nos deixava frustrado ou desanimado. Nos convencia-nos que estávamos aprendendo alguma coisa e que no dia seguinte teríamos melhor sorte. A obsessão pela sua pescaria com seus conhecidos componentes de dificuldade, acabou tornando-nos observadores constantes do grande rei de prata. Praticamos a pesca em praias, estuários, baias, lagos e lagoas. Dissecamos o peixe para entendermos seu processo respiratório, músculos e seu opérculo ósseo. Enfim conseguimos reunir informações e dados importantes de uma forma muito autodidata, pois é um espécime muito pouco estudado. Alguns estudos disponíveis são de universidades Américas e assim mesmo muito pouco.
Acabamos por dedicar todas nossas pescarias exclusivamente aos camurupins (meus filhos são mais ecléticos he he he pescam camurins também). Hoje minhas pescarias se restringem a eles e sempre com a preocupação de descobrir algo mais que possa servir para ajudar na sua preservação e também na sua pesca. Entretanto, nada disso nos proporcionou condições de aumentar ou diminuir o número de capturas na natureza. Seu comportamento no ataque às iscas naturais ou artificiais não obedece qualquer regra! As condições climáticas, o equipamento, materiais e outros fatores que proporcionaram uma boa pescaria hoje, certamente não valerão como certeza absoluta para amanhã.
Dessa forma além do lazer, o que nos levou a tê-los hoje em cativeiro é tentar uma abordagem mais próxima com observação constante de seu comportamento, alimentação, peso e desenvolvimento. É óbvio que as condições não são as mesmas de seu habitat natural, mas creio que conseguiremos mais alguns dados importantes e que essa experiência nos leve ao final do projeto que é o retorno de alguns espécimes (cerca de 25dototalde 50) ao mar. Queremos estudar essa readaptação à água salgada.

[Saulo Nazion]

Grande Roberto Menks, sem duvidas vc é o CARA dos Tarpons! Sinceramente não sabia que vc entendia tanto do assunto e sua dedicação aos estudos da especie é impressionante. Parabens e obrigado pelas dicas e conhecimento compartilhado